A Maneira de Escapar


“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13).

Muitas pessoas se alegram como resultado dessa promessa tirada das Sagradas Escrituras. Mas daqueles que “louvam ao Senhor” por essas palavras poderosas, quantos realmente acreditam nelas para a salvação da alma? Quantos nem mesmo percebem que tal promessa foi dada à humanidade por um Criador e Salvador compassivo?

“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tiago 1:2-4). As tentações que assaltam os filhos de Deus devem ser consideradas como o resultado da ira de Satanás contra Cristo, que Se entregou como sacrifício por nossos pecados e nos redimiu por Seu sangue. Satanás está cheio de ira contra o Salvador. Mas ele não pode ferir o Mestre, exceto por conquistar aqueles por quem Cristo morreu. Ele sabe que quando por seus artifícios almas são arruinadas, o Salvador é ferido.

O universo celestial está observando com o mais profundo interesse o conflito entre Cristo na pessoa de Seus santos e o grande enganador. Aqueles que reconhecem e resistem à tentação estão travando as batalhas do Senhor. A esses é dada a recomendação, “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação.” Resistir à tentação significa cultivar paciência. A alma tentada e atormentada não pode confiar em sua própria força de propósito. Sentindo seu total desamparo, ele foge para a Fortaleza, dizendo: “Meu Salvador, lanço minha alma indefesa sobre Ti”. Quanto mais feroz a tentação, mais fortemente ele se apega ao Todo-Poderoso - os fracos se tornam fortes.

Pela fé, ele passa a tentação para Cristo e a deixa lá. Fé na força do Salvador o torna mais do que um vencedor. É o poder milagroso de YAHSHUA que arma o cristão com força para vencer como Cristo venceu. A tentação não é pecado a menos que seja acalentada. Olhar para YAHSHUA, “o autor e consumador de nossa fé”, encherá a alma de paz e confiança permanente. “Vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do SENHOR arvorará contra ele a sua bandeira” (Isaías 59:19).

Vamos falar de uma alma que pensava ter blasfemado o Salvador porque o tentador insistia em colocar em sua mente o pensamento de que Cristo era apenas um homem, e não mais do que um bom homem. Ela pensava que os sussurros de Satanás eram os sentimentos de seu próprio coração, e isso a horrorizou. Ela pensou que estava negando a Cristo, e sua alma estava em agonia de angústia. No entanto, essas eram apenas sugestões do inimigo e não seus próprios pensamentos. Cristo a entendeu e aceitou; por meio de um breve aconselhamento, ela reconheceu que essas sugestões eram inteiramente de Satanás, e sua coragem começou a aumentar com a força da tentação. Quando pensamentos vãos perseguem a alma, devemos dizer: “Eu sou um filho de Deus. Eu me entrego, de corpo e alma a YAHSHUA. Eu odeio esses pensamentos vãos.” Não admita nem por um momento que eles se originam em você. Não podemos permitir que Satanás fira a Cristo, mergulhando-nos na incredulidade e no desânimo.

Aos que são tentados, é dado o conselho: “Nem por um momento reconheçam que as tentações de Satanás estão em harmonia com a sua própria mente. Afaste-se delas como faria com o próprio adversário.” A obra de Satanás é desencorajar a alma. A obra de Cristo é inspirar o coração com fé e esperança. Satanás procura perturbar nossa confiança. Ele nos diz que nossas esperanças se baseiam em falsas promessas, e não sobre a palavra certa e imutável dAquele que não pode mentir. “Yah não é homem, para que minta” (Números 23:19).

Os cristãos mais velhos e experientes foram atacados pelas tentações de Satanás, mas através da confiança em YAHSHUA eles venceram. O mesmo pode acontecer com toda pessoa que olha com fé para Cristo. Um homem não pode colocar seus pés no caminho da Santidade sem homens e anjos maus se unindo contra ele. Anjos maus conspirarão com os homens maus para destruir os servos de Deus. Os que são repreendidos por seus maus pensamentos odiarão o reprovador do pecado e tentarão afastá-lo do serviço de Cristo. O conflito pode ser longo e doloroso, mas temos a promessa do Eterno de que Satanás não pode vencer a menos que nos submetamos ao seu controle. Hallelu-YAH!

Cristo foi crucificado como um enganador, mas Ele era a “luz do mundo”. Ele “suportou a contradição dos pecadores contra Si mesmo”. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Podemos medir o amor de Deus? Paulo declara que “ultrapassa todo o conhecimento”. Então, nós, que fomos feitos participantes do dom celestial, seremos descuidados e indiferentes, negligenciando a grande salvação operada por nós? Devemos permitir que nos separemos de Cristo e, assim, perder a recompensa eterna, o grande dom da vida eterna? Não aceitaremos a hostilidade que Cristo colocou entre o homem e a serpente (Gênesis 3:15)? Não vamos comer a carne e beber o sangue do Filho de Deus? Ou nos tornaremos mundanos, comendo a carne da serpente, que é egoísmo, hipocrisia, ruins suspeitas, inveja e cobiça? Temos o direito de dizer: “Na força de Jesus Cristo serei um conquistador, não serei vencido pelos ardis de Satanás nenhuma vez!”

Devemos formar um caráter segundo o Modelo divino, YAHSHUA, e trazer todo poder e capacidade de nossa natureza em subordinação a Ele nesta vida. Aqueles que têm um caráter que será considerado digno de um lugar no reino de Deus, serão aqueles que se familiarizaram com Deus, que obedeceram às instruções explícitas dadas em Sua Palavra. Eles terão direito a um assento na ceia das bodas do Cordeiro. A única maneira pela qual podemos distinguir entre o verdadeiro cristão e o pretenso ao Cristianismo é pelo fruto da vida. Judas possuía qualidades de caráter que o teriam tornado uma bênção para a igreja se ele tivesse se submetido à disciplina que o Salvador desejava que ele tivesse. A luz do caráter de Cristo que foi derramada sobre Judas trouxe consigo a responsabilidade de renunciar a todos os traços naturais ou adquiridas que não estavam em harmonia com a vida de Cristo. Mas ele nunca chegou ao ponto de se entregar totalmente a Jesus. Sentiu que poderia conservar seu próprio juízo e opinião individual. Ele se apegou a seus traços de caráter objetáveis e condescendeu com seus próprios hábitos pecaminosos, tornando-se egoísta e cobiçoso.

Quando Maria ungiu os pés de Jesus, a mancha da praga do caráter de Judas foi revelada. A crise havia chegado na vida de Judas, e o traço de caráter dominante assumiu sua supremacia sobre todos os outros traços. A cobiça, que é idolatria, havia sido cultivada e fortalecida em seu coração, e quando a tentação caiu sobre ele, ficou sob seu controle. As tentações de Satanás sempre encontrarão uma resposta dos elementos de depravação que estão no caráter humano que não foram resistidos e vencidos. Que isso fale aos nossos corações com uma advertência.

Os discípulos não podiam discernir a maldade do coração de Judas; apenas os olhos de Deus podiam discernir o motivo oculto, o desejo profano. Quando um pensamento impuro é bem-vindo, um desejo profano é acariciado, um propósito rebelde formado, a pureza da alma é manchada e sua inocência é arruinada, as tentações prevalecem e o inferno triunfa. “Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1:14-15). Um homem é tentado a pecar quando algum objeto atraente ou indulgência é apresentado a ele, e ele é levado a transgredir os princípios e a violar sua consciência ao fazer aquilo que sabe ser errado. Isso era o que Judas estava fazendo. Ele não tinha óleo em seu vaso com sua lâmpada. Ele professou ter profundo interesse no bem-estar dos pobres, mas todas as suas profissões eram fingimentos, mera hipocrisia. Ele não cultivou humildade e não morreu para o mundo. Ele não cultivou esperança e amor, e não manifestou devoção pura a Deus. Ele permitiu que os elementos de caráter selvagens e não santificados prevalecessem.

Os que se contentam em ter meramente uma forma de religião, que não seguem as lições de Cristo em sua vida prática, manifestam a fraqueza de seu caráter quando lhes sobrevêm provas e tentações, e provam que não eram Cristãos. Por meio da fidelidade na vida Cristã, a alma se prepara para resistir a repentinos ataques de tentação; porque o verdadeiro Cristão aprende a depender de Cristo para obter força e graça. Quando a primeira tentação é enfrentada e resistida, a segunda é enfrentada e resistida com mais facilidade. Podemos ser capazes de resistir a toda tentação que assalte o coração, invocando nosso Poderoso Libertador.

Não está no poder de Satanás forçar ninguém a pecar. O pecado é o ato individual do pecador. Antes que o pecado exista no coração, o consentimento da vontade deve ser dado e, tão logo seja dado, o pecado triunfa e o inferno se regozija. Mas não há desculpa para o pecado, grande ou pequeno. Cristo foi provido como o refúgio do tentado.

“Porque, na verdade, ele não tomou a natureza dos anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados... Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hebreus 2:16-18; 4:15-16).

É muito importante lembrar que a tentação não é pecado e não é uma indicação de que Deus está descontente conosco. O Pai Celestial permite que sejamos tentados, mas Ele mede cada tentação e a distribui de acordo com nosso poder de resistir e vencer o mal. É em tempo de prova e tentação que somos habilitados a medir o grau de nossa fé e confiança em Deus, e a avaliar a firmeza de nosso caráter Cristão. Vamos repetir mais uma vez as palavras de conforto que foram deixadas registradas para nossa instrução:

“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, VOS PROVERÁ LIVRAMENTO, de sorte que a possais suportar”.

Deus distribuiu a tentação em proporção à força que Ele pode fornecer, e Ele nunca permite que sejamos tentados além de nossa capacidade de resistir ou suportar. “O Senhor sabe livrar da provação os piedosos” (2 Pedro 2:9). Através da meditação sobre o adorável caráter de Cristo, oração por libertação e confiança implícita nas promessas de YAH nas Sagradas Escrituras, você descobrirá A MANEIRA DE ESCAPAR e, finalmente, será salvo.

“Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tiago 1:12).



Traduzido por Sis. Arlete
Livro “Finally Out of Darkness into His Marvelous Light”

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